sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Revendo e compartilhando dicas:

1- NAO PILOTE A NOITE!
a) Animais surgem na pista ( cães , raposas, ovelhas, lhamas, alpacas) e alguns não saem ( vacas por exemplo) . Atropelar ou bater num animal é acidente grave;
b) Pedras grandes ou pequenas causam acidentes, desgovernam a moto;  muito difícil de controlar e não cair; às vezes não são visíveis aos faróis da moto ou se confundem com plásticos etc ( mesmo de dia desvie do que for);
c) Buracos também surgem, limo na borda da pista, pedrinhas, pessoas, motos menores sem luz traseira...  ou seja, um universo noturno de perigos! Programe-se para, com folga, parar 1h antes do anoitecer, mesmo que perca o hotel reservado.  Busque hospedagem alternativa próxima de onde estiver naquele horário de segurança. Um bom guia prevê isto e faz o arrangement!

2- ROTEIRO E TRAJETO
Estude o roteiro pelos pontos de interesse mas, principalmente, estude o trajeto ! Não somente pelos kms a rodar mas pelo tempo na estrada.  Fizemos 230 km em 6 horas, por exemplo; muitos trechos em obras, paradas obrigatórias, excesso de frio ou calor, pequenos acidentes e fotos das lindas paisagens fazem o tempo de estrada aumentar demais;

3- TIPO DE VIAGEM
Se a viagem inclui, além da dança das curvas das montanhas, cultura (conhecer o povo e cidades locais) e fotos, não vejo necessidade de pilotar mais do que 6 horas num dia. Máximo. Acho ideal sair depois de dormir bem 8 horas, com café tomado com tranquilidade e chegar ao próximo destino cedo; isto não cansa, dá mais  prazer,  tempo de tomar algo geladinho antes do banho com calma , descansar, caminhar ao redor para conhecer pelo menos o centrinho das cidades, jantar bem e com tempo, organizar as fotos do dia, ligar para a família e fazer suas anotações.

4- MOTO ALUGADA
Nem preciso dizer que me arrependi de não ter enviado a minha , toda adaptada para minha altura, todos os acessórios e dispositivos eletrônicos de uma moto nova e de ponta! Não verifiquei a que aluguei. Fui pega de surpresa recebendo uma moto Sport sem os recursos eletrônicos como os que tenho na minha, o que a deixou mais alta durante a pilotagem, fazendo total diferença para meus 1,60 de altura nos pisos irregulares, molhados e de pedras. Minha calça agarrava no banco não me permitindo deslizar o quadril para um lado e apoiar um pé inteiro no chão! Fiquei na pontinha dos dedos ( da bota), algumas vezes com risco de queda, que nem sempre me permitiu parar onde o grupo parava. O guia teve que me ajudar algumas vezes a colocar o descanso da moto. A regulagem da embreagem era muito diferente, altura dos pedais de marcha e freio também. Com certeza foi pilotada por um homem bem maior que eu, antes.
Então, verifique ano, modelo, altura do banco, peça foto da moto com o (s) alforje(s) (a minha não veio com o prometido alforje), por sorte, minha bolsa do capacete com as presilhas fizeram o papel dele. Mas uma colega ficou sem apoio a viagem toda. Aprendi que não basta dizer a altura do chão ao banco. Minha moto tem mais recursos que a fazem abaixar durante a pilotagem. A alugada não tinha. Foi bem desconfortável esta questão! Como só terei 1,75 de altura na próxima encarnação, rs, não cairei mais nesta bobeira.

5- GRUPO
Fazer questão de ter conhecimento verdadeiro sobre as experiências de pilotagem das pessoas que forem convidados a formar o grupo, com rigoroso critério, caso você não as conheça. Isto é importante para os dois lados: de um, não por em risco quem não consegue acompanhar o grupo e do outro não por o grupo e a viagem em risco.  Quem não tem condições técnicas e/ou emocionais de enfrentar estradas e situações perigosas não pode estar num grupo mais experiente numa viagem como esta pelo Peru. Há desgastes de todos os tipos. Então, fica a dica mais importante: homogeneidade de motos e pilotagem. O investimento de tempo, disponibilidade e dinheiro é alto para ter o prazer e qualidade de sua viagem comprometidos!

6- CARRO DE APOIO
Motorista do carro de apoio tem que ser piloto de moto e mecânico ; o carro de apoio tem que comportar no mínimo duas motos; se comportar somente uma,  retirar a moto danificada embarcada no dia seguinte; arrumando o que estragou ou despachando a moto para onde tiver que ser. Como o nosso carro era grande, demos sorte de nenhuma outra moto ou piloto, ficar sem condições pois, precisamos ter duas motos embarcadas mais de uma vez.

7- MULHERES E FOTOS
Mulheres gostam de tirar fotos.(ponto).  Para fotos, filmagens de uso pessoal ou profissional o ideal é ter alguém fora do grupo de pilotos para fazê-lo. Mas se não der, usar a Go-Pro  presa ao capacete é uma boa opção; celular para fotos paradas também funciona bem. O motorista/mecânico também pode fazer vezes de fotógrafo ( o nosso fez e tirou ótimas fotos). Mas senti falta de filme de pilotagem. Não aconselho fotografar pilotando ( eu faço por que tenho prática e piloto tranquilamente com um braço ou nenhum  sobre a moto).

8- TECNOLOGIA
Invista em tecnologia para pilotar. Diminui volumes, dá mais conforto e segurança! Tanto na moto  como nas vestimentas  e acessórios!  Um casal de Florianópolis estava usando trajes GERBING ( USA) roupa com aquecimento por controle remoto - de 0 a 10 graus.  ( com uma segunda pele, um casaquinho aquecido e jaqueta, enfrentam frio extremo); para o valor, recomendo usar robocop sem jaqueta  ou colete molhado por baixo da jaqueta sobre a segunda pele).

9- ALIMENTAÇÃO
Em viagem por cidadelas do interior de um país pobre como o Peru, apesar de rico em belezas naturais, tome cuidado e evite fazer refeições, por conta da falta de higiene; vários casos de cólicas intestinais e diarreia no grupo; prefira levar um lanche preparado no café da manhã do hotel ou barrinhas. Eu preparei sanduíches de pão integral e queijo sem lactose; Edi compartilhou as sementes, castanhas e frutas secas, foi ótimo! No carro de apoio tínhamos água mineral, chocolates e frutas. Só faltou o café porque quebrou a térmica logo no primeiro trecho da viagem.

10- HOMEM X MULHER
Não adianta.... por mais prática que seja, a mulher leva mais tempo para sair, nas paradas e em tudo. Nos banheiros públicos limpa os vasos com lenço higiênico ou álcool gel, ou forra o vaso com descartáveis de plástico, ou forra com um monte de papel higiênico antes de usar.   Mesmo que não encoste no vaso durante o uso! Depois, geralmente deixa tudo em condições de uso para a próxima, arruma a vestimenta que é mais complexa, lava mãos e rosto, retoca protetor e batom; exceto, claro, quando no banheiro não tem nem pia, ou água, como aconteceu algumas vezes nesta viagem ( affff)! Aí usamos, saímos rapidinho arrumando a roupa do lado de fora ! Kkkkk muito importante ter papel higiênico e lenços umedecidos no carro de apoio; e, moeda local para pagar o uso do mesmo: entre 1 e 2 soles cada vez!
Seguindo: mulher leva mais tempo tirando foto: arruma principalmente o cabelo quando tira o capacete, enxuga o suor do rosto e tenta um lugar no meio do grupo porque sair na ponta engorda! Kkkk verdade!
Mulher usa cinta  para segurar as “ tripas”, a lombar e até para fazer cintura, o que torna o fechamento mais demorado do que a cinta dos homens. Mulher passa óleo ou creme nas unhas ressecadas pelas luvas; enfim, mulher precisa de um tempinho maior do que os homens nas paradas.

11- CHECK LIST
Use check - list para preparar a bagagem de ida e um para a moto; quase esqueci as tiras da bolsa que usei no lugar do alforje e o GPS que levei.  Para a bolsa ou alforje da moto durante a viagem há itens importantes que devem ficar a mão ( papel higiênico, creme para unhas e boca, power bank, limpador de lente de óculos e do capacete, pequenos lanchinhos, roupas de frio e diversas luvas foram os mais importantes para mim nessa viagem)

12- CÂMBIO
O melhor câmbio é feito na própria fronteira. Dentro do Peru é bem baixo. E, na volta, se sobrarem Soles, vc troca por reais.

Estas são dicas que lembro no fim desta maravilhosa viagem!
Maravilhosa sim! Imprevistos e perrengues acontecem em todas as viagens, o que não as tornam menos que maravilhosas!!!!!! Esta foi!!! Amo viajar!!!!! E, com o Universo conspirando a favor, assim seguirei vivendo. Trabalhando no que gosto, curtindo minha família, amigos, minha casa e viajando!!!!! Precisa mais?!

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Assim que tiver um tempinho, acrescentarei fotos de pilotagem e paisagens dessa viagem aqui no blog. Agradeço a amiga Silvana Iunes que criou o blog para mim e o alimentou durante os dias de viagem. Não seria possível fazer tudo sozinha. Fiz as anotações durante o dia nas rápidas paradas ou à noite do que consegui lembrar. Ela editou, corrigiu e subiu as fotos. Assim, minha família e amigos puderam acompanhar mais esta aventura!!!!!!
Gratidão Silvana!!!!!
Agora vou dar um pouco de descanso ao meu Anjo da Guarda da Estrada!!!!! Rs rs. Valeu Anjo!!!!!! Te amo!!!! ❤💕

quinta-feira, 12 de setembro de 2019

Dia 13: Brasileia a Rio Branco, último dia de viagem! (11/09/2019)

Quarta-feira


Acordamos as 6:30 e já estava muito quente as 8h; o céu enfumaçado pelas queimadas ... tentamos tirar foto com as motos numa placa da praça da pequena cidade Brasiléia. Com três motos já próximas à placa, surgiu um mau humorado policial pondo todo mundo para correr! Kkkkkkk e ainda aplicou multa no guia. Afffff “ odiamosbrasileia” 💔.



A bolha daminha moto com adesivos dos grupos de pilotos mulheres que participo: Harleyras 7.1, Ladies of the Road, Ladies of Harley, Mulheres Motociclistas e Apaixonadas por motos.
Hotel Brasileia Palace


                                            Na estrada muitos buracos no início: 












Uns 15 km depois, vieram  os trechos que estavam em obras na ida, já asfaltados, mas ainda sem as marcações. Fiquei surpresa e feliz! Com isto, foi mais rápida a volta. 









Paramos num posto para aguardar o grupo e encontramos um Jornalista local que não entende nada de moto, nunca ouviu falar da Suzane e resolveu ali, fazer uma matéria sobre moto. Piada! Rs Rs rs só Fernando e Suzane tiveram paciência para falar com ele. Seguimos à frente o guia, Edi e eu, “ o nosso trio perfeito” num trajeto já quase sem buracos e música gostosa no scala rider ( rock nacional); fiz alguns vídeos,  fotos e uma sensação ótima de “ volta para casa sã, realizada e com muitas histórias para compartilhar”! 





Coração alegre, leve, agradecendo o carinho e os cuidados do guia Fernando, a companhia maravilhosa da minha grande parceira de estrada Edilene Gravia, parceira de quarto de hotel e irmã por afinidade desde 2014, quando nos reencontramos. Já fizemos juntas viagem para o Atacama, Uruguai e agora Peru. Gratidão também a outra grande parceira de viagem a Cris Sade, parceira que também foi ao Atacama e agora Peru, de Harley. 



Viajar pelo Peru não é para qualquer piloto. Tem que ter maturidade, calma e muita habilidade. Nosso trio de Brasília brilhou nas estradas de asfalto, rípio, barro, terra, buracos, vento forte, extremo frio e extremo calor. Meu amor as duas em primeiro lugar. Depois meu apreço e carinho pelas demais companheiras, cada uma com suas diferentes personalidades e pilotagem. 


Grupo reunido na chegada

Foto com querido casal de Florianópolis que conhecemos no hotel de Rio Branco no final da viagem,  que também viajou pelo Peru

Chegamos todas bem, mais experientes, mais conhecedoras de nossos limites, fraquezas e forças . Isto é vida. Feliz dos que tiveram humildade para aprender, agradecer, gentileza para ensinar e compartilhar.  Meu abraço carinhoso a Suzane Carvalho que mesmo parando muito para produzir conteúdo para seu trabalho como instrutora de pilotos em categorias e máquinas diversas, de duas e quatro rodas, esteve sempre disponível para ajudar quem precisava, como guia ou escudeira, algumas vezes abrindo mão de prazer ou de trabalho, auxiliando bastante o grupo de trás . No início todos (as) chegamos meio independentes demais, vaidosas ou egoistas, mas os dias fizeram um encaixe bem tranquilo. As afinidades surgem e os pares na estrada acabam se formando naturalmente. A  falta de experiência, equilíbrio emocional,  equipamentos adequados e mal estar pela altitude, causou atrasos nos dois primeiros dias. Poderiam ter sido evitados sustos, problemas e stress se os trechos tivessem sido menores. Disto tudo tiramos aprendizados ( ou não). Falo por mim. Saio mais madura e experiente. Não caí nenhuma vez, não me machuquei, tive experiências emocionantes em vários tipos de estrada, um ótimo relacionamento com os mais próximos e a certeza que quero pilotar muito mundo afora! 


Lembrar de retirar o GPS e tiras da bolsa da moto. Acessórios de chegada

O próximo post será com dicas retiradas ou rememoradas nesta viagem de moto e meus agradecimentos.


quarta-feira, 11 de setembro de 2019

Dia 12: Mazuko a Brasiléia (10/09/2019)

Terça-feira
Acordei às 6:30, refeita de tantas noites dormindo menos do que 8 horas! 
Soube que o Guia e o motorista também não acordaram para jantar. 
O café da manhã foi num bar barulhentissimo! Aqui todos deixam as TVs em volume máximo, um inferno. Esquentei meu pão sem glúten e queijo sem lactose, pedi um café (aqui só tem café solúvel)  e voltei para comer no saguão do hotel (tv com som mais baixo) rs. 

Hotel Búzios em Marzuko (onde motos foram estacionadas dentro do Hall)

Saímos às 8:05, rumo à fronteira e a Brasiléia. 


Saímos do posto de gasolina as 8:20. Calor infernal! 



Descida de Serra deliciosa com o guia, Edi e eu. Brincamos bastante, ritmo fluido e harmônico na pilotagem; era o que queria ter tido todos os dias da viagem, mas não houve fluidez do grupo... aproveitei ao máximo para pilotar em trio à frente dos demais. 

 Pelo caminho...


  Robusta vegetação da Amazônia Peruana




Numa das paradas o grupo se reuniu e dali Suzane nos acompanhou. Muito bom, até o posto onde paramos as 10:00h para aguardar o resto do grupo que chegou 20 min depois; ganhamos uma garrafa de água para dividir. 


O quarteto veloz, chegando sempre a frente do grupo.

Segunda pele para calor, bem ventilada!

Na estrada fomos paradas por um policial que pediu documentos a Edi; devidamente apresentados liberou o restante do grupo.  


Parada na blitz peruana

34,5 graus na estrada, sensação de quase 40. 
Atrás do guia, Edi e eu nos divertimos, brincamos com os muitos quebra-molas.





As 12:30 paramos para almoçar em Alerta. Pusemos as mesas embaixo da árvore e começamos a “ descascar” as roupas para aliviar o calor. Pelo uso do banheiro em outro bar, pagamos 2 soles cada uma. Música alta bem alegre e a única coisa gelada para beber era a Coca Cola normal que até as mais saudáveis beberam. Alguma brisa aparecia vez ou outra! 




Muitos trechos em obra já vistos na ida mas o calor foi pior. Algumas queimadas no caminho, vindo até a pista e também fumaça. 







Trechos em obras...

 Obras...



Última cidade do Peru

As 14:45h chegamos à fronteira. 15:10 chegou grupo de trás e soubemos que duas parceiras, sujas de lama, escorregaram no barro de uma das obras por onde tínhamos passado. (um caminhão tinha acabado de jogar água para baixar a poeira; virou um quiabo).


 Parada na fronteira

Água gelada na cabeça e nas roupas para aguentar o calor!!!









Adesivos da Expedição das Harleyras 7.1 colados !!!

Os guardas e atendentes fizeram uma festa quando Edi e eu chegamos à fronteira do Brasil e o rabinho do meu capacete fez o maior sucesso! Tiraram fotos do meu capacete e tiramos fotos com eles! 



As 15:35h saímos da fronteira e logo após uns 5 km, pegamos  uns 30 km de buracos, um atrás do outro de todos os formatos, tamanhos e profundidade! Por isso, é bom passar de dia! 

 Péssimas estradas do Acre



 Muitos remendos!!






Edilene disse que é pior andar na estrada brasileira, pois vc não sabe o que esperar. 
Meditando na estrada, o que gosto muito de fazer conclui que as pessoas que têm medo, insegurança e inexperiência, entram nestas estradas preocupadas em cair nos buracos que, se estão tensas e em velocidade errada, acabam mesmo caindo neles e sofrendo mais. Nos que não sentimos o mesmo, com coragem aceleramos e passamos sobre eles...  e, com mais jogo de cintura, desviamos dos maiores conseguindo fazer os trechos em menor tempo e com mais prazer. Mas sempre com muita atenção, avaliando bem antes. 
Chegamos ao posto as 16:40h , abastecemos e calibramos os pneus. 




Parceira suja de lama que escorregou no barro molhado!

As 17:05 o sol já estava baixo. Chegamos cedo ao hotel, fomos para o banho, ouvir música e colocar os pés para cima com ar condicionado a 16 graus. 


Chegada ao hotel em Brasileia



No horário combinado com o grupo saímos para jantar. Foi bem divertido e, no final do jantar, começou o jogo de futebol Brasil e Peru. Assisti quase todo... resolvi dormir porque acordaríamos cedo.



 Jantar de despedida na véspera!